Situação escandalosa de autoritarismo, segregação e tratamento discriminatório de crianças de etnia cigana no agrupamento vertical de escolas EB 1, 2 e 3 Martim Fernandes em Albufeira!
Esta semana, na escola EB 1 das Sesmarias, a qual integra o referido agrupamento vertical de escolas, surgiram indicadores que poderia haver um foco de doença entre os alunos, doença que na terminologia não técnica é referenciada como sarna.
Face a esta situação quais as medidas tomadas pelos responsáveis pelo referido agrupamento: as crianças de etnia cigana não podem vir à escola; como se o foco de doença tivesse que ter necessariamente origem nestas crianças.
No dia seguinte, as crianças de etnia cigana vão ao centro de Saúde de Albufeira e aí verifica-se que não têm qualquer problema de saúde, conforme é aliás atestado pelos médicos que as observaram e nesse sentido informaram a escola.
Poderia ter sido ser um caso isolado, uma precipitação, poderia! Mas o estranho é que nesta mesma escola o transporte escolar, efectuado pela Câmara Municipal de Albufeira, é feito em dois grupos. Num primeiro vão as crianças de etnia cigana, num segundo, as demais crianças.
A estes factos juntam-se outros como por exemplo: na última festa de Natal só os melhores alunos terão tido permissão para participar; um clima de confronto permanente entre o director do agrupamento e a associação de pais, conflito que acabou nos tribunais; o director do agrupamento, o Sr. Professor Aurélio, chegou ao ponto de impedir que os pais escolhessem livremente os seus representantes para o órgão de gestão do agrupamento, substituindo-os por pais/professores, mas professores que estivessem na sua dependência hierárquica.
Estas práticas evidenciam comportamentos, marcadamente autoritários, prepotentes, segregacionistas e indiciários da existência de um tratamento discriminatório na referida escola e no respectivo agrupamento.
Está na hora do Sr. Dr. Aurélio, responsável pelo referido agrupamento vertical de escolas e do Sr. Dr. Rolo, Vice-Presidente da Câmara de Albufeira, responsável do pelouro da educação, se explicarem e arrepiarem caminho no que concerne a estas práticas. A gestão escolar democrática da escola não pode ser esta! A integração não se faz desta forma! Estamos cientes que problemas terão havido no passado na referida escola, mas a solução para os mesmos não é o autoritarismo e a segregação étnica, mas sim uma política inclusiva, com o necessário acompanhamento, procurando esbater as diferenças e promovendo um relacionamento salutar entre crianças de diferentes comunidades, línguas ou crenças, envolvendo os pais e educadores. Assim se fará a diferença na construção de uma escola pública, democrática, formadora e inclusiva, a que todos temos direito.
Albufeira, 28 de Março de 2011
A Secção Concelhia do PS Albufeira albufeira.ps@gmail.com
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