2011/02/17

Albufeira é o Quarto Concelho do País com Mais Desemprego


A taxa nacional de desemprego anual em 2010 cifrou-se em 10,8%, no Algarve foi de 13,4%, mas há concelhos onde é muito maior. Albufeira ultrapassa 20%, em Lagos, Portimão e Vila Real de Santo António supera os 15%. Alcoutim com a taxa mais baixa (3.2%).

Embora o INE não divulgue dados concelhios do desemprego, fazendo-o unicamente por regiões, os números foram calculados a partir do número de inscritos nos centros de emprego por concelho em dezembro e da população ativa (determinada com base na população total no final de 2009 e da taxa de atividade da respetiva região divulgada pelo INE para o terceiro trimestre) para chegar a uma estimativa para a taxa de desemprego por concelho, avança o semanário Expresso. (ver imagem e mapa no PDF em anexo).
O objetivo foi avaliar quais as regiões e concelhos mais afetados por este flagelo social sem pretender obter valores que apenas podem ser validados pela metodologia e informação específica a que só o Instituto Nacional de Estatística tem acesso.
Os números oficiais apontam para uma agravamento da situação, com o último trimestre a apresentar registos em que o Algarve bate recorde de desemprego com 14,8% no último trimestre de 2010. (ver destaque)


Albufeira no 4º lugar com mais desemprego e Alcoutim 3º com mais emprego

A nível nacional há quatro concelhos cuja taxa de desemprego está acima dos 20% entre eles Albufeira, que por estas contas atinge 22%. Neste grupo integram-se Espinho, Mesão Frio, e Santo Tirso.
Portimão atinge 19,6% e fica entre os dez que estão no topo dos concelhos com mais desempregados, Lagos e Vila Real de Santo António têm também taxas acima dos 15%.
No outro extremo da tabela, ou seja, entre os concelhos que são menos afetados pelo desemprego surge Alcoutim, que com este cruzamento de dados fica em terceiro lugar, com uma taxa de 3,2% só superada por Melgaço e Oleiros que têm 2,8 pontos percentuais.
Recorde-se a propósito que as taxas de desemprego, tanto do Eurostat ou do INE utilizam modelos estatísticos que deixam de fora pessoas que, na prática, estão sem emprego.
É o caso dos chamados inativos disponíveis e desencorajados, pessoas sem trabalho, mas que deixaram de procurar emprego, ou ainda os que trabalham ou frequentam ações de formação embora com salários reduzidos que na maioria dos casos nem sequer atingem os 60% do mínimo nacional.


Albufeira: Qual é a resposta?


Citando os números que indicam que o número de desempregados em Albufeira chega quase ao dobro dos nacionais, “atingindo 22.2% da população ativa de Albufeira, mais de 4.000 pessoas sem trabalho”, entre os 20 mil ativos, a concelhia socialista local clama por medidas.
Para o PS local “o Presidente da Câmara Municipal de Albufeira até aqui tem ignorado este problema”, exemplificando com o recente balanço de nove anos de gestão em que a questão não foi abordada o que para os socialistas "demonstra que a autarquia não percebe a dimensão do que se passa no seu concelho”.
Criticando o facto de o executivo camarário explicar o desemprego atual como uma simples questão sazonal e de "relativizar o problema, aligeirar responsabilidades e responsabilizar terceiros", reduzindo-o a "uma questão de «promoção turística» ou da falta dela e de querer resolver tudo com uma cantina social", o PS apela a medidas estruturantes.
“Quem não compreende um problema não pode contribuir para sua resolução”, argumentam os socialistas, para quem as razões da situação estão “no colapso do setor imobiliário e na crise da construção civil, que arrastaram o setor dos serviços, para uma das maiores crises de sempre”.
Aliam-se “as dificuldades que as empresas do turismo tiveram que enfrentar para sobreviver, reduzindo custos de pessoal e de funcionamento”.
Para o PS de Albufeira “não faz qualquer sentido persistir neste modelo de desenvolvimento, assente na promoção imobiliária e na construção civil, com um setor turístico pouco inovador, que responde ao desafio da competitividade pelo preço”.
“Esta gestão autárquica continua sem entender o que se passa à sua volta, continua a gastar rodos de dinheiro em iniciativas de resultados nulos, continua a persistir nas mesmas receitas, num modelo de desenvolvimento que se mostra esgotado, a auto elogiar-se, sem mostrar capacidade para inverter este rumo” alegam os socialistas.
Neste contexto, o PS quer abrir um debate com a população, os agentes económicos e atual poder autárquico para abordar questões como o desemprego e o modelo de desenvolvimento do concelho que "tem de ser feito, mesmo que doa muito a alguns", conclui a nota divulgada sobre a matéria.

Fonte: observatório do algarve (16.Fevereiro.2011)

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